O meu regresso dá-se aqui e agora, neste tempo de instrospecção e contemplação do que é dar, amar e viver. Em breve pretende voltar a dar a essência da minha Arte em todo o seu esplendor. Até lá...
domingo, 12 de abril de 2009
O Salvador ressuscitou! E nós, porque não nos deixámos ressuscitar?!
SIM, PRECISÁMOS RESSUSCITAR, ACREDITAR DE NOVO EM NÓS E NO NOSSO PRÓXIMO; DAR SEM QUERER RECEBER; ERRAR E PEDIR PERDÃO; PERDOAR AO NOSSO INIMIGO E SORRIR PORQUE DEUS NOS CONCEDEU UMA DÁDIVA - A VIDA.
SEJAMOS DIGNOS DO SEU MERECIMENTO!!!
Um dia de poemas na lembrança
(também meus)
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar,
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da primavera.
Ah, quem pudera
Ser de novo
Um dos felizes
Desta aleluia!
Sentir no corpo a ressurreição.
O coração,
Milagre do milagre da energia,
A irradiar saúde e alegria
Em cada pulsação.
(também meus)
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar,
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da primavera.
Ah, quem pudera
Ser de novo
Um dos felizes
Desta aleluia!
Sentir no corpo a ressurreição.
O coração,
Milagre do milagre da energia,
A irradiar saúde e alegria
Em cada pulsação.
Gaia, 30 de Março de 1991.
Miguel Torga, Poesia completa, Publicações Dom Quixote
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Meditação
Às vezes, quando a noite vem caindo,
Tranquilamente, sossegadamente,
Encosto-me à janela e vou seguindo
A curva melancólica do Poente.
Não quero a luz acesa. Na penumbra,
Pensa-se mais e pensa-se melhor.
A luz magoa os olhos e deslumbra,
E eu quero ver em mim, ó meu amor!
Para fazer exame de consciência
Quero silêncio, paz, recolhimento
Pois só assim, durante a tua ausência,
Consigo libertar o pensamento.
Procuro então aniquilar em mim,
A nefasta influência que domina
Os meus nervos cansados; mas por fim,
Reconheço que amar-te é minha sina.
Longe de ti atrevo-me a pensar
Nesse estranho rigor que me acorrenta:
E tenho a sensação do alto mar,
Numa noite selvagem de tormenta.
Tens no olhar magias de profeta
Que sabe ler no céu, no mar, nas brasas...
Adivinhas... Serei a borboleta
Que vendo a luz deixa queimar as asas.
No entanto — vê lá tu!— Eu não lamento
Esta vontade que se impõe à minha...
Nem me revolto... cedo ao encantamento...
— Escrava que não soube ser Rainha!
Fernanda de Castro, in "Antemanhã"
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