sábado, 29 de março de 2008

Perto de um Jardim Florido, eu...


Deixo flectir os meus contornos
Sobre um banco de jardim,
Aparafusado a um relvado sem fim...

O aroma de jasmim
Libertino, indómito...
Uma insígnia imaculada
Apologista de que o fim
Não o trará o vento, nem numa rajada!

Olfacto activo
E aquele almíscar...
Um sítio cativo
Para se ser feliz,
Ao lado daquela perdiz coruscante!
Quiçá o que sempre quis
Ao debicar o seu alimento,
Foi escrever o que diz
Para betar seu contentamento!?

Assim me perco em desvelo,
Nesse jardim ingente...
Deixo solto meu cabelo
Inquieto, de tão contente!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Porque não nasci rio?


O rio atinge os objectivos porque aprendeu a contornar os obstáculos.


André Luiz

segunda-feira, 24 de março de 2008

O meu deserto

Nesta minha caminhada pelos trilhos secretos da vida que tento desvendar, tenho-me deparado com lacunas que nada nem ninguém consegue preencher. Viajo assim sem sul, sem norte... somente em busca de uma sorte que desconheço!?
A minha presença física é delineada pelo sombreado do meu rosto. Luto contra a desilusão que me invade no instante em que sustenho a respiração, sufocando a minha vontade louca de chorar. Lágrimas que imploram pela liberdade de expressar a sua mágoa! Uma mágoa trajada de momentos em que pessoas que me circundam, revelam uma faceta atroz e impiedosa, fria até! Fico ferida, dói-me a alma por desconhecer quem pensava conhecer!
Vivo este vácuo existencial como que perdida num deserto, sem me querer encontrar. Apenas divago nas asas do silêncio e me sento a meditar. Preciso voltar a acreditar!

MENSAGEM:
A todos os leitores que têm assistido à ausência das minhas palavras neste blog, fica o meu pedido de desculpas e a promessa de que voltarei em breve, com mais e melhor de mim.
Obrigada pelo vosso apoio incondicional!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Momentos de partilha


A saudade partiu

Sem destino aparente;

Apenas a senti ausente!


Levaste-a contigo

Num dia que o passado tem.

O presente, nada lembra do antigo,

Somente a incerteza que o sustem.


Eu busco o entendimento,

A compreensão por que suplicas.

Partilho o teu desalento,

As lágrimas que te percorrem

E conduzem ao isolamento,

A que eu assisto.


Dou-te espaço para pensar,

Na esperança de te encontrar

No momento em que só tu sabes,

Como e quando agir.

Deixa-te ir para onde o mar te levar,

Se o seu ondular se fizer ouvir!

domingo, 16 de março de 2008

Um sentir partilhado...

O preço de acreditar!

Nostalgia de minh’alma
Por onda andas que te não vejo?
Atormentas a minha calma
Sem misericórdia de mim!
Preciso ser salva
Desta angústia sem fim.
Controlar este desejo
De querer mais,
De querer sempre,
Acreditar naquilo que outrora
Um simples beijo,
Revelou um Ser diferente!

Vã necessidade de encontrar
Um trilho secreto especial...
Quando prestes a alcançar,
Fantasmas assombram como vendaval!

Qual sinceridade florida
De tenro sabor!
Paz apunhalada, dor sofrida,
Ingenuidade de um pobre sonhador...

Atrás o tempo das confissões
Repletas de soberbos sentimentos.
Hoje tempestade, morada dos trovões
Que erguem meus lamentos!

Lá no alto,
A Lua dorme assustada,
Depois de acolhida
Jamais se julgara abandonada!

sábado, 15 de março de 2008

Dádivas da Natureza




Adormeço sob o olhar atento da lua quando, mesmo sem a buscar, ela se dirige a mim. Ao alcance da minha mão, assemelha-se a um vulto fugidio que assombra quatro paredes circunscritas mas, abrindo fendas profundas, as derruba e esvoaça livremente!
A cor que predomina em seu traje cerimonial mais não é que um branco que a eleva a uma pureza que transcende o Ser Humano. A lua, essa eterna amante do sol, é a dama da noite que hipnotiza com a sua presença imponente. Homens que divagais no vazio de uma vida aparentemente sem sentido, olhai-a; prostrai-vos a seus pés e deixai que seja ela a musa que vos inspira!
Do sol, absorvei o amarelo brilhante injectado sobre vós através dos seus longos raios e vede neles um abraço sobre toda a humanidade!
São dádivas da Natureza das quais devemos desfrutar...


O sol e a lua são,
Por si só, dois elementos.
Na Natureza há um milhão
De figuras e segmentos.

Por nada delimitados
Excepto pelo Homem
E pelo excessivo uso da razão,
Porque não sente os sentimentos
Que constantemente o consomem
E abarcam seu coração,
Em múltiplos momentos
Desejados de transformação.

Veja o reflexo da Natureza,
Os ciclos sucessivos a que se submete!
Eleve-se na subtil leveza
Para que esta o remete...

Homem, deixa-te alcançar
Para que não sejas alcançado...
Não faças o tempo esperar!

terça-feira, 11 de março de 2008

Em tempo de reflexão...

Não devemos ser escravos de um padrão, de uma época, de um costume. Aprendendo a pensar por nós mesmos, experimentamos a liberdade.

Luiz Márcio M. Martins

sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher!


O dia de hoje é mais um dia "temático" dedicado a alguém - à MULHER.

Pena é que seja necessário haver um só dia no ano em que se celebre, ou pelo menos nos lembremos do papel da Mulher na sociedade.

Este Ser não é um qualquer!

É uma borboleta colorida que voa mais e mais além

Do que qualquer outro elemento da Natureza.

Uma escultura com a essência pura da beleza,

Até mesmo no seu sentido interior.

A Mulher, é a mãe que dá à luz

A flor que desabrochar no amanhã.

Desempenha mil e um papéis

Num único cenário, nem sempre colorido.

Por vezes, povoam-no manchas, nódoas negras

Causadas pela insensatez do Homem!

Que no dia de hoje relembremos

Os momentos em que a violência assombra esse Ser!

Que o Mundo possa conceber

A realidade de amar como ama uma Mulher!

Gratidão - esta palavra que nos-é por vezes cara,

Seja de agora em diante menos rara em nosso quotidiano!

Apenas para agradecer o facto de eu existir;

De todos existirmos...

Deu-nos à luz; criou-nos uma Dávida da Natureza.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Ao sabor das palavras de Fernando Pessoa

O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.


Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.


Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara de
la no meio.


Alberto Caeiro

quarta-feira, 5 de março de 2008

Essência a céu aberto...

Ao vento solto uivos de saudade
De momentos que guardo ternamente;
Loucura, tortura ou vaidade?!
(In)certezas de quem se sente
E não mente!

Alcance que não alcanço
Por muito que tente alcançar...
Pé para diante, mas não avanço,
Perco-me antes de te encontrar.

Resta-me andar por este trilho
Da vida desencaminhada.
No caminho colho uma flor,
A mais bela do jardim;
Presente intenso de sabor,
Aroma perpétuo de jasmim!
Toda a essência tem um valor...
O valor tem a essência de mim,
Descobri-la, cabe-te a ti por fim!

sábado, 1 de março de 2008

Um País em crise!

Qual será o ponto de embate final?

Cada dia que passa, vejo-me sentada diante de um televisor que transmite inúmeros momentos de descontentamento e até mesmo de revolta, face às novas propostas governamentais. Não ponho em causa o facto do povo ter ou não razão nos seus protestos, questiono sim a censura do poder estatal. É lamentável que, num país em que se vive em democracia, tendo-se por conseguinte o direito à liberdade de expressão, se pretenda retomar a política que antecedeu o 25 de Abril de 1974!
Eu própria me deixo contaminar por esta revolta que assola o país de norte a sul. Vive-se um estado de calamidade na área da saúde e da educação, contudo, apesar de errar ser humano, nem sempre a correcção e o reconhecimento desses mesmos erros acontece!
Não chegará já de mortes a caminho de hospitais que se situam a distâncias assombrosas? Não será o momento de tomar decisões atempadamente, ao invés de impor uma reforma (diria antes retrocesso) na educação, nesta fase do ano lectivo? Sobretudo, é altura de deixar o direito à manifestação acontecer! É o momento fulcral para justificar o salário que recebem os senhores do poder! Que ouçam a voz do povo, que é também a voz dos seus eleitores!
Espero que alguém trave esta onda de erros constantes, antes que se dê um embate final de uma escala colossal!
Que as vozes do povo ecoem nos ouvidos destes senhores e os façam modificar o seu enevoado modo de ver; de viver em sociedade...