segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

domingo, 30 de dezembro de 2007

Novos rebentos!

Época de crescimento contínuo a que me, a que nos abraça nesta temporada. Num rio de emoções flutuamos como folha acastanhada, envelhecida por um Outono que, embora tenha ficado para trás, ainda aqui jaz! Bebo assim de uma sede intensa: quero ser folha sim, ter liberdade para flutuar na água e voar ao sabor da doce e suave brisa; mas, este é um querer muito "sui generis"... quero ser uma folha verde, dada à luz por um rebento gerado no seio da árvore mais formosa à face do paraíso. Sua graça é Árvore dos Desejos! Ajoelhada diante da sua inerente beleza, projecto imagens em que não sou protagonista... imagens; desejos ou mensagens; livro aberto que ao mundo ofertei:

Páginas em branco
Que inusitadamente deixei
Para que Deus escrevesse
As suas tão nobres linhas.
Das letras que me socorri
Fiz uma lista de desejos,
Desejos que sempre sonhei
Mas que ficaram nas entrelinhas
Porque, simplesmente, não corri...
Com uma chave dourada
Anuncío o encerramento
Destes 12 meses passados.
Um ano de amadurecimento.
Meses de aprendizagem,
Passos largos de passagem...
Nova fechadura encontrada
Neste fim e início de um novo ciclo.
Que o Ano Novo seja a chave sagrada
Para o baú dos desejos de todo um povo!
A minha lista de desejos:
Tempo para perdoar;
Saber aprender com os erros;
Nunca esquecer como amar;
Ter sempre o sabor dos teus beijos;
Ser as mãos que sabem acariciar;
Ouvir os conselhos de outrém;
Olhar, no sentido de observar
Todo um mundo em meu redor;
Acreditar que posso, se lutar,
Dar a todos os que necessitam
Um pouco de esperança, de consolação;
Incentivar a paz, inventar a harmonia...
Acrescentar algo de novo em todo e qualquer coração
Para que nasça um ano trajado de igualdade e alegria!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Momento de que necessito!

Parar para pensar

Devagar , devagarinho
Vou andando cautelosa ,
Pois não conheço o caminho
E a rota pode ser perigosa .

Setas de direcção
Aparecem no seu lugar ,
Mas é grande a confusão
Que todas juntas conseguem gerar .

Virar para a direita
Ou para a esquerda ,
Parece simples decidir ...
Sim , a escolha tem que ser feita
Mas , por onde hei-de eu ir ?

domingo, 23 de dezembro de 2007

FELIZ NATAL

Um pequeno grande presente para o mundo inteiro!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Louvor a um Natal em harmonia...


Desato o nó do laço

Daquele incógnito presente

Ali deixado ao acaso.

Debaixo do verde

De uma árvore luzente,

Espreito, e estico o braço:

Sinto um formato

Que não sei descrever;

Um sentimento que não sei sentir(...)

Na realidade, o meu maior presente

É bem fácil de conceber:

Um simples cordão humano

Complexo e completo de vivências,

Mãos entrelaçadas na união;

Na paz; na harmonia e no perdão;

No respeito pelas múltiplas existências

Que povoam a civilização!



O que peço é mais que um presente,

É um conjunto deles trabalhados em conjunto!

Por isso o quero tão somente...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Para mim...

“O Natal não é um momento nem uma estação, senão um estado da mente. Valorizar a paz e a generosidade e ter graça, é compreender o verdadeiro significado de Natal!”

Calvin Coolidge

sábado, 15 de dezembro de 2007

Na companhia da solidão...


Vagueio pelas ruas da cidade:

Traçados; avenidas; ruelas;

Rectas pertinentes; subidas íngremes;

Labirinto de vielas...

Visto-me de ansiedade

Dos pés à cabeça!

Desfilo, como que por vaidade,

Na esperança de que alguém apareça.

Nego a companhia que tenho!

Afirmo a ausência física de tantos,

De tanta gente, de ninguém...

Passeio de mão dada

Unida com uma solidão

Pela qual me deixei invadir.

O meu pensamento não tem paradeiro!

O meu envoltório, esse, desconheço-o!

Com um palpitar de coração

Acelerado e espaçado,

Deixo o meu choro sorrir;

Preciso soltá-lo de tão amordaçado.

Ao passar dos meus passos

Sigo em frente, enquanto escrevo

Por entre linhas...

Decifro coordenadas,

Nem sei se traçadas

Ou ainda por traçar.

Desenho um trevo

Para que me traga a sorte

E a vontade forte

De seguir caminhando...

Valente poetisa que no dia

Que hoje finaliza

Declama para o universo,

Enfrentando de rosto erguido

O receio sentido,

Pela ausência física

De um amor confesso!


terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Relato de um dia de trabalho

Rotina

O sol acaricia o frio
Com o seu terno raiar
Quando desponta, pela manhã.
Abre-se a porta do casario;
Põe-se o termómetro a registar...
É a temperatura oscilante
Num ir e voltar constante!
O senhor do calor
Cruza os seus braços,
Olhando ao seu redor.
O cidadão que inicia mais um dia
De um árduo trabalho,
Recebe uma manhã fria
E cobre-a com o seu agasalho.
É neste improvisado aconchego
Que desfila pela cidade
Embrenhando-se no trânsito
Até ao seu ponto cardeal;
Aí, apazigua-o o sossego,
Pois a sua viagem chegou ao final.
Final da viagem,
Início de mais um jornada:
Trabalho, emprego ou outros mais,
São denominações diferentes
Para gente atarefada...
Gente que sustenta os seus ideais!
Uma sociedade desmantelada
Pela desigualdade económica
Que parece não mais se equiparar
À de ontem, à de um antigamente...
Altura em que a vida
Era semeada; plantada e colhida
Por todos, numa mesma frente.

Tempos que de hora a hora
Os vêm visitar
Estarão de regresso, não demora!?

O sol não vai embora,
Permanece um bom observador
E nunca volta as costas
A um assíduo e humilde trabalhador.

domingo, 9 de dezembro de 2007

A embriaguez do amar...

"Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio."

(Shakespeare)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A lufada da noite


Incorporo o semblante de uma estrela que brilha intensa, à noite. Como qualquer outra, não tenho um pouso determinado por ali ou por aquém, apenas existo e subsisto num universo infinito!

Hoje, em particular, sinto a necessidade de fazer uma viagem mais alongada e peço às nuvens que me ergam no ser lençol. Agarrada a ele, aguardo que o vento da noite fria me faça voar; cintilando aqui e além; fazendo abrir o sorriso do rosto de um alguém sem nome, simplesmente...

Nesse instante, o meu brilho intensifica-se! Perdida no universo encontro-me num sorrir distante, contudo, a distância é relativa, não é?!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Música para os meus (seus) ouvidos...

Piso o solo da minha terra, estou em casa, por fim. O cansaço que em mim se encerra, leva-me a aspirar a uma levitação permanente... Na luz dos meus aposentos fecho os olhos e sinto a música que me invade aos poucos! Contagiante esta melodia que aqui partilho; Abstracta a sua interpretação; contudo, a perfeita sintonia me conduz à rua em que divago, me encontro e me perco sem qualquer preocupação!?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O encanto da chuva matinal!

Alcancei da janela o cortinado,
Senti no tacto o seu tecido,
Vislumbrei uma paisagem matinal
Num rosto semi adormecido.
Um acordar despertino
Com o frio da manhã
Companheiro da chuva,
Essa senhora asseada
Passeando por entre as núvens!
Água límpida, ingénua, pura;
Sumo apetecido de uva
Espalhado na terra molhada.
Gotículas transparentes;
Traços oblíquos tangentes;
Suco que alimenta as sementes
E enraiza as suas gentes.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Carta ao Pai Natal



Há uns dias acordei com a nostalgia a meu lado contudo, pensei somente ter sonhado. Por entre as pálpebras dos meus olhos verdes esperança pareciam deslizar lágrimas coloridas por recordações e também por desejos que há muito pretendo realizar. Então, pensei escrever uma carta ao Pai Natal, mas lembrei-me de que são inúmeras as pessoas que a ele recorrem, por que haveria ele de me escolher a mim para presentear?
Fechei de novo os olhos e concentrei-me no pensamento optimista de que sem lhe escrever nunca obteria uma resposta, fosse ela positiva ou negativa. Assim, na minha mente criei uma folha de papel em branco, límpida e pura como é pura a ingenuidade com que vivo certos momentos e ditei a um escrivão as palavras que letra a letra; sílaba a sílaba sentia meu coração. (...)
Quando dei conta, na realidade o Natal era para mim algo bem diferente daquilo que eu imaginava, ou até do que sentia no passado. Nesse momento tão meu, abri repentinamente os olhos e olhei em meu redor, finalmente, depois de poucos mas longos anos de existência, reconstruí um mundo com lugar para todo o Ser Humano, pois em cada um dos nossos egos há defeitos e virtudes... há, simplesmente, a razão de existir!
Assim, meu querido Pai Natal, te apresento a minha lista de presentes:

Pedir-te-ia um portátil
Para melhor organizar
Os textos que escrevo sem parar,
Contudo, sou bem versátil,
Posso na minha mão pegar
E assim ajudar quem mais precisar;

Pedir-te-ia uma câmara digital
Para registar os momentos
Com os melhores sentimentos
De uma forma natural;

Pedir-te-ia um telemóvel
Mas já tenho o meu,
Sei-o meio louco mas,
Totalmente, ainda não enlouqueceu;

Pedir-te-ia um livro
Para viajar na leitura...
Pedir-te-ia muito mais,
Só que, lembro-me hoje dos demais!

Com a mão estendida
Te peço então:
Concede a toda a gente
Saúde; trabalho; dinheiro e comida
Para que o natal
Seja para sempre
Uma data querida
Mesmo aos que pobres são!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Apenas uma frase... diversos impactos!


"Ao primeiro amor queremos-lhe mais, aos outros queremos-lhes melhor."


Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Apresentação do Livro, em Lisboa



AS MINHAS PALAVRAS E O SENTIR QUE DELAS EMANA, PEDEM A SUA PRESENÇA!

NÃO PERCA ESTE ENCONTRO COM A POESIA!

OBRIGADA E...

ATÉ BREVE!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Realidade ou equívoco?



PEÇA DESAJUSTADA

Boca calada,
Pensamentos ruidosos:
Verdades versus mentiras
Ou vice versa,
Joga uma plateia de intrigas
De identidade perversa!?

Diálogos estranhos
Construídos peça a peça,
Minuciosamente.
Eu alimento-os,
Contribuo para que nada impeça
O desenrolar surpreendente
Da construção eloquente...
Construção da gente
Barricada numa intenção
Tão pobre!
Dos seus umbigos
Desconhecem o interior,
Mas têm o gesto nobre
De semear o ódio e o rancor.

Prazer em causar danos,
Ânsia de apimentar feridas...
Ritmos urbanos
De brincar às escondidas.

O joio do trigo
Quer-se separado,
Por isso, são palavras
Que o vento levou,
As que para mim
Rotularam de perigo!

Transparência de sentidos
À sombra de rostos enraivecidos!?

sábado, 24 de novembro de 2007

Rihanna - Don't Stop the Music @ Wetten Dass

Saio para dançar,
Tenho a noite à minha espera:
Agarro a Lua pela mão...
Apenas olho o luar!
No escuro, a esfera multicolor;
O dj a mixar;
A multidão a vibrar
Ao sabor das batidas...
Órbita tomada para libertar!?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Eu quero e vou voar sempre...


Nas asas de um anjo

Dizem que não têm sexo
Esses seres que viajam livremente
Pelo imenso espaço,
Mas, terá essa ideia algum nexo,
Se passo a passo
Vejo um vulto feminino omnipresente?!

Envolta na nevralgia
Incontrolável por tanto a buscar;
A essa nuvem celeste fugidia,
Algodão doce, no céu a flutuar...

Desenterrei um tesouro
Para mim de imenso valor,
Não que se recheie de ouro,
Mas nele está um grande amor!

E eu que pensava
Que o mundo material
Era o que mais me entusiasmava...
Errei, estava redondamente enganada;
Necessito do meu anjo celestial;
Da sua silhueta transcendental
Para eternamente viver realizada!

No felpudo da brancura
Das tuas asas aconchegantes
Sinto-te emanar ternura
Em teus abraços flamejantes...

Carrega-me nas asas tuas;
Transporta-me para outra dimensão;
Faz romper as pedras nuas e cruas
Com o punhal da tua paixão!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Momento de inspiração...


Na margem de um rio

Águas frias, gélidas
De um perfil temperamental;
Gaivotas em busca de alimento,
A largo passo sedento
Do manjar que lhes é essencial.
Nuvens de algodão doce
No seu azul celeste,
Este, em que a paisagem investe!
Plantas flutuantes
Ante qualquer maré;
Povoados distantes
Crentes na sua fé...
Peixes que emergem
Sem razão aparente,
A uma superfície
Deveras diferente!?
Barcos abandonados
No meio de nenhures...
Na mira do observador,
Estou eu, algures.
Banco de jardim
Defronte para o rio,
Esta paisagem que sorri para mim!
Motor de barco
A alta velocidade
Que me conduz à realidade:
Águas profundas e poluídas
Num lodo lamacento
Se movem para me aprisionar,
Foram feridas, foram sentidas...
Não mais podem ser motivo de desalento!
A árvore da vida
Deu à luz um rebento
Jovem, lutador e capaz,
Crescerá com a máxima
De que tudo o que faz
Tem um motivo de ser:
O prazer de viver!

sábado, 17 de novembro de 2007

Pensamento do dia:



"A esperança adquire-se. Chega-se à esperança através da verdade, pagando o preço de repetidos esforços e de uma longa paciência. Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora."


Georges Bernanos

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quando o frio da noite ataca...

Acendem-se as luzes por toda a cidade num movimento uniforme. A noite acaba de cair e eu, de braços escancarados, agarro-a e aperto-a contra o peito; sinto o vento soprar em minha direcção transpostando o frio; nesse instante, abraço a noite quase até lhe extinguir a respiração e aqueço-a com um esfregar de mãos. O anoitecer pode ou não presentear-nos com uma noite fria, todavia se o fizer, cabe ao nosso coração transmitir todo o seu calor e transformar o frio em quente... Se não existi-se o frio, nunca teríamos a percepão do quente!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Divindade nascida em águas de um rio



Água de rio inconstante
Quanta prosperidade me trazeis,
Cada vez que vos abraço
Alcanço um paraíso distante
De imagens abstractas, contudo, fieis!

Retrato fiel é o teu,
Mãe Oxum, poderosa divindade!
Vós que regeis a prosperidade
E as profundezas deste meu Eu.

Oxum, o poder de revitalizar
Toda a energia de um ser vivo
Está em vossas mãos;
Nessas águas que domais,
Com a bondade de apaziguar
Espadachins interiores que querem apunhalar.

Ajoelho-me junto à água
Do rio que só a ti obedece,
E, chorando, descarrego a mágoa,
Como quem a ti se oferece.

Tu, neste água espelhada,
Agitas a corrente
E banhas-me da cabeça aos pés;
Sinto-me leve; descarregada...
Imensa a vontade de seguir em frente!

Vale ouro esta “moeda”
Que serve de elo de ligação
Entre dois mundos distintos,
Mas, simultaneamente, similares:
Do rio és o bondoso coração;
Da Terra és a carinhosa mão
Que purifica e apazigua todos os lugares.

sábado, 10 de novembro de 2007

O combustível para o seu fim de semana ;-)

DEIXE O CALOR DA SENSUALIDADE COBRIR A NOITE NUA E DANCE OBSERVANDO A LUA NO SEU ESPLENDOR!
BANHO AO LUAR, DESCIDA DE ESTRELAS SOBRE A ÁGUA INCOLOR...
CALOR, MAGIA E SEDUÇÃO NUM RITMO ALUCIANTE E CONTAGIANTE DE PAIXÃO!!!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Quem?!

Mais um dia de trabalho árduo que chega ao fim; não tanto pelo cansaço físico, mas pelo cansaço que abruptamente invade o meu cérebro. Foram horas passadas dentro e fora de quatro paredes: oscilações de temperamentos; agressividade verbal e física; gritos de revolta interior; chorar desmedido(...) tudo, tudo num espaço no qual é suposto reinar o respeito pelas pessoas (professores, educadores e auxiliares)!?
Ao entrar em casa, olho-me ao espelho e crio um monólogo:
- Serei eu demasiado rigorosa com esta nova geração?
- Porque não consigo simplesmente olhar e fechar os olhos, como tantos outros fazem?
Talvez porque...
- Eu sou alguém que no espelho não encontra reflexo!
- O meu olhar anda à deriva, tentando descobrir QUEM e como vai conseguir dar um novo rumo a este negro horizonte!?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Um segredo...



"Se você não acorda cedo, nunca conseguirá ver o sol nascendo. Se você não reza, embora Deus esteja sempre perto, você nunca conseguirá notar sua presença."




Paulo Coelho

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Um segundo num tempo fugaz!


Perguntai ao tempo:
Porque corre tão depressa?
Quererá imitar o vento
Ou será a vontade confessa
De perpetuar o seu movimento
Constante, para que ninguém
O possa perseguir?
Dizei-lhe, sim, dizei-lhe
O quanto quereis ir,
Passo a passo
A seu lado
Para o seu mundo descobrir.

Olhai-o nos olhos!
E agora…
O que vedes senão
Interrogações aos molhos,
Batidas velozes de seu coração?!

Nesse imenso alarido
Um segundo vale tudo
Quanto lhe quiserdes dar a valer…
Podeis ser um barco à deriva perdido
Talvez até ( como ele) um pouco esquecido,
Mas na mente de uns, contudo,
Tendes o dom de sempre prevalecer…

Fugaz é pois o sentido
Que lhe vemos atribuído
Se não sabemos perder.

Segundo ante segundo
Se constrói cada momento;
Parta-se do mais superficial
Ao mais profundo sentimento!

sábado, 3 de novembro de 2007

Ao encontro do meu EU...

Voo livre como andorinha sem sul, sem norte, sem direcção concrecta; na realidade, o desconhecido é o patamar que hoje atravessa a minha estrada!
Continuo a ser Eu! Continuo a lutar com afinco pelos meus ideais!
Às vezes, quando pouso o pé num ou noutro degrau, escorrego e é notória a dificuldade de me erguer. Procuro-te força! Procuro-te meu Eu guerreiro e, num tempo incerto ainda não descoberto, te encontrarei...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Aroma de nostalgia

Aparentemente a manhã sorria com todo o seu esplendor, mas o Sol que espreitava por entre as nuvens olhava-me de soslaio, franzindo o sobrolho ao deparar-se com o meu rosto nostálgico. O meu sorriso, acabado de se erguer do seu leito, esboçava um olhar que remontava a um outrora distante! No decorrer do dia o vento presenteou-me com o aroma da nostalgia: a cada passagem a imagem de um antepassado, de um ente querido e uma saudade intensa de voltar no tempo para mudar inúmeras atitudes e sentimentos...
Contudo, o hoje é o presente; é agora que corrijo esses actos com um único: a oração!
Onde quer que estejam, o importante é que estão bem aqui, no meu coração e, para sempre terão esta morada.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Happy Halloween!


Ah!Quase me esquecia... podem ser rebuçados de fruta;flocos de neve; caramelos e, claro, uns deliciosos bombons!!!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sentada na lua...


Paz do momento

Em que acalmo

A minh'alma;

Olhar sedento

Em buscando do firmamento,

Aparentemente, a um palmo!

Pulo para a lua

E sinto que ali,

Bem no alto do céu,

Arrecado a harmonia

Que um anjo teceu...

Teceu-a para a lua,

E a lua sou eu!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sem tempo para esperar



Urge agir!

Não sou quem pareço,
Nem pareço quem sou;
Toda a fúria tem um preço
Para aquele que a invocou.

Busco espécies em extinção:
O respeito e a obediência, onde estão?!

Numa sociedade
Em que se discute a educação,
Os pais não têm autoridade
Sobre os seus filhos,
Que lhes fogem por entre a mão!

Questiono os valores
Que se deixaram para trás:
O respeito pelos pais,
Pelos educadores e demais...
A falta que não nos faz!


Mas, nestes valores me foco
Para pesquisar pais exemplares
Que construam uma imagem,
E se mantenham singulares.

São um exemplo para os filhos
Quando agem com rectidão.
Fora da escola, deixem os sarilhos!
Honrem devidamente a educação!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Calendário de ARLINDA MESTRE

Tendo em conta a abordagem do jornal "O Correio da Manhã" ao calendário recentemente editado pela Arlinda Mestre, sinto alguma "raiva" a percorrer-me as veias. Pergunta-se porquê? Bem, a resposta é simples! A Arlinda apostou num calendário repleto de fotos sensuais (aos olhos de quem sabe distinguir sensualidade de sexualidade); elegeu Inês Pereira como modelo nacional para fazer parte do mesmo; escolheu um papel de grande qualidade e nitidez, além de ter todas as fotos assinadas. O preço do calendário é de 45 euros e a polémica gira em seu torno!
As opiniões devem ser sempre respeitadas quando acompanhadas por argumentos que as fundamentem, o que não é o caso dos comentários que, indignada, me sentei a ler. É de lamentar que nos dias que correm se olhe para um calendário desta envergadura, vendo nos "nus" que o constituem (passo a citar) "um calendário para camionistas", ou simplesmente se possa dizer algo como "mulheres nuas prefiro vê-las ao vivo e a cores"!? Acho lamentável! Ninguém tem que apreciar o que não admira por natureza, muito menos não tendo habilitações para o fazer.
A questão do preço, também motivo de escárnio e maldizer, resume-se ao facto de grande parte das pessoas acharem caro, e acredito que não esteja ao alcance de todos; no entanto, este é um calendário com uma tiragem limitada de 2000 exemplares, evidentemente, serão os verdadeiros apreciadores de arte a adquiri-lo. Não é caro nem barato é o seu preço! Num outro país teria pela certa um preço bem superior.
Sei que para a Arlinda este tipo de comentários sem nexo é banal e, sei sobretudo, que continuará a ser a excelente fotográfa que sempre foi, criando e inovando em novos traçados dimensionais!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Vale sempre a pena lutar.

PERSEVERANÇA

"Ele já tentara mil fórmulas diferentes em suas pesquisas de laboratório. E o resultado incansavelmente perseguido não aparecia. Seus amigos e familiares caçoavam:
- Desista, mestre. Você está enterrando ingenuamente o melhor de sua vida neste pantanal de experiências inúteis, que não levam a lugar nenhum. Além do risco de você ficar doido, de tanto pesquisar no vazio...
Com o cândido sorriso da esperança brilhando nos olhos, o cientista concluía, invariavelmente:
- Devo estar próximo da solução final, porque já queimei mil caminhos que não me levaram ao resultado que procuro, mais um pouco e chego lá, pelo método da exclusão."

Reflexão: No ventre da esperança, as vitórias nascem, os grandes e pequenos triunfos são gerados. Viver é lutar, persistir.

sábado, 20 de outubro de 2007

Olhando em redor...



O PODER UM OLHAR ATENTO

Os nossos olhos
São janelas para o mundo ,
A ponte que atravessa
A escuridão e a luz ,
A pedra que nos arremessa
Para diante e nos conduz ...

Máquina fotográfica
A preto e branco ;
A cor é um encanto ,
A imagem policromática
Duma vivacidade intensa ,
Pura e imensa ,
A que fielmente assistimos ...
Sumimo-nos no espaço
Maravilhoso e acolhedor ,
Com um só passo
De Gigante Adamastor !

Olho em riste ...
Veja-mos de que cor se pinta ,
Quando está triste
A tinta fica borratada
Mas logo é retocada ...
Que não se sinta
Como modificada ,
Pois que veja uma tinta
Bem graduada ,
Bem pincelada
E bem empenhada ,
Sob um olhar
Que nos leva a viajar ...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Fim de tarde junto ao mar!


Por do sol

Embebido pelas ondas do mar
Se prepara para dormir ,
Honrado por do sol ,
Que tanta gente leva a sorrir .

Entre a água salgada
Se deixa esconder devagar
E quando ela está gelada ,
Foge perplexo , pois se pode afogar .

De vermelho alaranjado
Se veste solenemente
E qualquer casal apaixonado
Se deita ali prostrado ,
Venerando-o , na sua frente .

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um grande passo...

Quadro de Lúcia Valente


"Só existe dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."



Dalai Lama

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A minha viagem...

Além mar

Além mar ...
Mora aquela sereia
Que irei visitar .

Além mar ...
O reboliço na areia
Não me deixa enxergar !

Além mar ...
A vontade de ir ,
A vontade de ficar ...

Além mar ...
Levei-me a seduzir
Num salgado olhar !

Além mar ...
Perco-me na corrente forte
Com o teu salpicar !

Além mar ...
Encontro-te , finalmente ,
Numa noite de luar !

Além mar ...
Beijei teus lábios
Quase sem poder respirar ...

Além mar ...
Percorri teu corpo ,
O coração a palpitar ...

Além mar ...
Adormeci com o amor
E não me deixei acordar !

sábado, 13 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Literatura 2007


A romancista britânica Doris Lessing, viu a sua carreira de 57 anos reconhecida através do Prémio Nobel da Literatura 2007. A escritora recebe assim este "presente" a poucos dias de comemorar o seu 88º aniversário.

O Comité Nobel distinguiu-a da seguinte forma: "a contadora épica da experiência feminina, que com cepticismo, ardor e uma força visionária perscruta uma civilização dividida."

Doris Lessing é apenas a 11ª mulher a ser distinguida com este prémio! Esta é uma escritora que sempre lutou, nos seus livros, contra preconceitos sociais e formas de governar desumanos, chegando mesmo a ser banida de determinados paízes pela sua presença "ameaçadora".

As suas obras mais famosas são: "O Verão Antes das Trevas"; "Memórias de um Sobrevivente" e "O Caderno Dourado".

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Acreditar é poder!

No intrínseco de cada um de nós reside a capacidade de acreditar e, é essa força que jorra como água límpida do nosso interior, que nos alimenta e dá alento em todos os momentos.

Acreditar é sonhar,
Voar além do infinito...
Acreditar é poder;
Querer e conseguir!
O milagre acontece
Quando acreditamos e lutamos.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sátira

Naufrágio

Com o tempo que aí vem
E a tempestade que se avizinha ,
O barco irá naufragar ;
Mesmo sabendo remar .

Anuncio o naufrágio
Da política , obviamente ;
Dos que governam
Dando uma imagem
Que ao reflectir-se
Se mostra bem diferente !

Fatinho e gravata ,
Assim trajam
Em qualquer ocasião .
Numa entrevista na rádio ,
Ou até mesmo na televisão ,
Lá tentam dar a sua graça
Mostrando que lutam pela nação .

O povo paga os impostos
Tendo ou não dinheiro ,
E os políticos , bem dispostos ,
Aproveitam para conhecer
O mundo inteiro .
Será que conseguem perceber
Onde pretendo chegar ?
Custa-me ver o pobre empobrecer
E o rico enriquecer ...
É isso a que chamam governar ?

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Palavras com sabedoria:

"Seja paciente. A impaciência é o oposto da serenidade. Quer sempre antecipar os resultados e, por isso, fragmenta-os, quando não os destrói por completo."



Atkinson

domingo, 7 de outubro de 2007

Voando alto...

Flutuo nas asas de um anjo puro ao longo do azul celeste do céu; anseio encontrar a certeza de que um dia chegarei ao meu porto seguro, onde o mal não me possa alcançar e o bem seja a minha ponte para a eternidade... Neste voo na tonalidade de um azul suave e doce, sinto uma lacuna que necessito preencher com toda a precisão: o vazio de amor que me alcança e desperta um sofrimento que há muito julgava adormecido.


Já não sei o que diga!
Já não sei o que sinta!
Na pele de uma mendiga
Sigo assim, faminta...
Tenho fome do fim
De um sofrimento que não descrevo.
Nem sequer me atrevo!?

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A Implantação da República


HINO DE PORTUGAL


Letra Completa


I


Heróis do mar, nobre Povo,

Nação valente, imortal

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria, sente-se a voz

Dos teus egrégios avós,

Que há-de guiar-te à vitória!


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!


II


Desfralda a invicta Bandeira,

À luz viva do teu céu!

Brade a Europa à terra inteira:

Portugal não pereceu

Beija o solo teu jucundo

O Oceano, a rugir d'amor,

E o teu braço vencedor

Deu mundos novos ao Mundo!


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!


III


Saudai o Sol que desponta

Sobre um ridente porvir;

Seja o eco de uma afronta

O sinal de ressurgir.

Raios dessa aurora forte

São como beijos de mãe,

Que nos guardam, nos sustêm,

Contra as injúrias da sorte.


Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um sexto sentido apurado?!


Obra de João Nacarato

Ao piano...

Melodia que soa ao meu ouvido
Sussurrando a paz interior
Outrora inexistente e incansável;
Rejúbilo, pois não mais duvido
Que em ti, encontro o amor
Num conceito inimaginável!

São dedos com suavidade
Percorrendo teclas contrastantes...
Dos seis sentidos, a vitalidade
De uma energia e de um viajar contagiantes!


Teclas são como degraus
Que percorremos passo a passo
A um ritmo de timbrado compasso.


Flutuo neste patamar;
Sucumbo a uma súbita ascensão;
Sonho neste espaço a dormitar;
Conto as estrelas de uma constelação...


Estado de espírito indescritível
Aos olhares dos que lhe são indiferentes.
Mas, encontro nos meus olhos diferentes,
A partilha de vidas de seres surpreendentes!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O cinzento de um dia!


Numa paleta habitualmente povoada por uma multiplicidade de cores, hoje ela apresenta-se-nos com uns tons um pouco diferentes daqueles que, por vezes, nos fazem pular da camar e cantarolar pela manhã. O dia aparece assim vestido de cinzento! Não deixa, contudo, de possuir na sua essência uma mistura de cores: branco; bêge; castanho; azul e preto, encontram-se num mesmo local à mesma hora! É neste instante efémero, que se fundem e transformam um traje habitual num traje um pouco formal, ou não fosse este capaz de nos pôr prostrados diante do céu, pensando e divagando como nuvens de algodão subindo sem parar...

Tiro-lhe o meu chapéu por um motivo muito simples: tem na algibeira o truque para nos erguer do plano material e elevar a um patamar que, quer queiramos quer não, ainda desconhecemos!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Recomendado pela






"Amor no Feminino" - Nesta sua inclusão de estreia pelas terras mágicas da poesia, Lúcia Valente brinda-nos com um "diário" de poemas intensos e apelativos, povoados de imagens e de sensualidade, que nos remetem para o mundo encantado dos sentimentos - saudade, amor, paixão, partilha, busca e perda. "Amor no Feminino" além de envolvente é imperdível!

E, os leitores da Bastidores podem contactar a sua autora através do e-mail: luciavalente@netcabo.pt

Deixe-se seduzir...!

Paula Martin

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Na penumbra...

O DESENCANTO DO AMOR

Fada madrinha minha
Diz-me por onde andas!
Sou o Ser que até a ti caminha,
A guerreira de um corpo que comandas.

Na sombra da luta
Que travo interiormente,
Procuro a certeza absoluta
De que o amor é de um fluir emergente.

Certeza, apenas possuo uma:
A de estar viva neste instante;
Esta e mais nenhuma!

Buscando certezas reveladoras,
Encontro incertezas avassaladoras...

Invoquei-te, minha fada
Resplandecente e bela,
Pois carecia de uma almofada
De algodão doce,
Para ao sabor das nuvens
Me embalar suavemente.
Presenteaste-me com ela!
Olhei-me ao espelho brilhante,
E lá no céu, num cantinho eu vi,
Uma estrela cadente e cintilante...
Momento feliz! Simplesmente, sorri.

A minha imaginação
Desenhou essa imagem
Que transportou para o meu horizonte.
Durante essa longa passagem,
Que o tempo e o coração
Tentaram eternizar,
Eu fui o real; tu o irreal!
Foste o fruto, produto de uma miragem!
O senhor das horas é o único
Capaz de te modificar.

A crença é alimentada
Por actos consumados com fé,
Por isso a minha, chora abandonada,
Na beira de uma alta maré.

Espreita atrás de um rochedo
O deus do amor;
Ali, naquele canto,
Onde para mim nasce o medo
Ao identificar o seu autor!

Escondida nesse canto
Na esperança de me reencontrar,
Estavas tu!
Mas a fada madrinha,
Com a sua varinha
Quebrou o encanto,
E eu, no meio da praia isolada,
Conheci do amor o desencanto...

Horas em que choro calada!?

domingo, 30 de setembro de 2007

Um poeta...

"O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...

E diz assim: "É preciso saber olhar..."

E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos...

E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás...

E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...

E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso...

E acha que tudo é importante...

E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim...

E reparou que os homens estavam tristes...

E escreveu uns versos que começam desta maneira: "O segredo é amar..."



Sebastião da Gama

sábado, 29 de setembro de 2007

A magia da expressão é real.



COMUNICA COMIGO!
A comunicação deve implicar
Um emissor, uma mensagem e um receptor
De forma a alicerçar
Uma ideia com valor.


Comunicar é o acto
De falar, de gesticular...
Comunicar é de facto,
O ler e o escrever sem parar!

Através dela
Nos conseguimos exprimir,
Tal e qual uma caravela
Com um rumo a seguir!

A comunicação
Pode ter um carácter
Informativo; gestual;
Emotivo ou sentimental.

Para saber comunicar
É necessário apurar
Também a audição,
Mas nem sempre
É preciso ouvir,
Pois temos na mão
A possibilidade de construir
Um gesto com expressão!

Comunicar é assim
Um labirinto linguístico;
Um Universo que nunca terá fim...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A vida, tal como ela é:

"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente."



Muitas vezes, surgem dúvidas pertinentes e persistentes num mar de pensamentos no qual mergulhamos de cabeça, sem sequer ter a oportunidade de escolher a posição e a localização do nosso mergulho... Quando assim é, resta-nos remar contra a maré e, por muito intensa que esta seja, vir à superfície respirar fragmentos de um ar puro envolto por dádivas da Natureza!
A nossa capacidade de absorção limita ou expande o nosso Ser e a nossa percepção da vida... ciclo completo ou incompleto, conforme o queiramos ou não gerir!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fiel ou infiel?!

Retrato


Não sei quem sou ;
Qual a personagem que visto ...
Nem mesmo quem a desenhou ,
Por onde começou ,
Terá sido por um rabisco ?

Hum ... traço bem delineado
Aqui e acolá apagado ,
Porque nem num só Ser
Reside a perfeição .
Rosto assim retratado
Pelo artista empenhado
De lápis e borracha na mão .

Sob o suporte eleito
Deixa escorrer um barril de emoção ,
Compenetrado de ideias mil ,
De uma euforia juvenil
Que qualifica de perfeito ,
O “objecto” da sua criação !

Prepare-se o sombreado
Que acresce sensibilidade
E melhor define a expressão !
Desça-se ao pormenor
Para que o senhor
Que ali pousa admirado ,
Perceba a intenção
Do seu observador !

Olho atento
Sem pestanejar ,
Quer-se um retrato fiel !
Mas , que talento
É capaz de retratar
Os defeitos e virtudes do sujeito
Sobre um simples papel ?!

Chamar-lhe-ia retrato sim , mas infiel !

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Uma verdadeira e sentida...



Maré alta

Uma onda que enrola
Para dentro e para fora ;
Água que rebola ,
Que corre com a areia
E ao seu retiro , a devora
Como um monstro
A uma bela sereia !

Na espuma branca
Do rebuliço ,
Apenas resta
O aroma que encanta ...
Vestígios de uma festa
Com poupa e circunstância .


À distância
A areia molhada ,
Sinal claro
De que a maré alta
Por ali passou ,
E agora , a água salgada
Recolheu-se e espera agitada ,
A hora que dita

Que a maré mudou .

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Ritmo e alegria em... sintonia! BOM FIM DE SEMANA

"A coisa está feia não dá para brincar" (eu sei), mas eu quero FICAR por o BICHO VAI PEGAR! ;-)

Simbora! É pr'a dançar galera!!!

PSIU... E VOCÊ? SIM, VOCÊ AÍ, VAI SE DEIXAR PEGAR? HUM...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Porque a verdadeira perfeição não existe!



Irmãos gémeos

Fruto de uma oração
Feita pelo Deus do Tempo
Deu-se a reprodução ,
Tal como era seu intento .

Seu desejo era o nascimento
De um filho seu ,
Ansioso , esperou o acontecimento
Que muito o surpreendeu .

Deu à luz dois bebés
Gémeos , à primeira vista
Mas tinham diferentes os pés ,
Cada qual pisando uma conquista .

O nome que lhes foi atribuído
Foi Bem e Mal ;
O primeiro parecia mais instruído ,
Mas o segundo tinha uma força brutal !

O Deus do Tempo
Tentou reter no seu ventre
O seu filho Mal ,
Para que o Bem fosse o primeiro
Dotado de um sentimento
Que baptiza-se a humanidade por igual ,

Mas o Mal
Empurrou o irmão
Com uma força tal ,
Que o magoou no coração
E desde então
Nada foi igual ...

O seu destino parece ter sido traçado
Nesse tempo de que não há memória :
Um deles terá que ser derrubado
E só um erguerá a taça da vitória !

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Estado de Espírito?!


Inquietude

Vivo a perseverança
Com uma gentil solicitude
Cuja gentileza é limitada,
Dando espaço livre à inquietude.
Tropeço na distância
Entre as cercanias e o cume
Deste meu crescente queixume!
Árvore sacudindo-se, agitada,
Em época de Outono inicial...
Rebentos de juventude
Assim assimilada,
Serão os filhos deste vendaval
?

domingo, 16 de setembro de 2007

Querido diário:

Já vão longas, as horas passadas deste domingo em que eu e a minha companheira - solidão - nos deitamos no sofá: assistimos um filme mais ou menos engraçado; bebemos das palavras de um livro interessante; dormitamos ao som de uma suave melodia... Apraz-me qualquer uma destas actividades, e é sozinha que concentro toda a minha energia vital, por forma a irradiar uma maior leveza e capacidade de percepção/ interiorização do meu Ser. Hoje, em particular, senti-me invadida por uma nostalgia de que não tenho memória!
De imediato, olhei pela janela e vi uma Natureza num estado semelhante! Fixei o meu olhar um pouco ausente e, de súbito, o céu presenteia-me com uma chuva oblíqua; límpida; transparente; fresca... neste momento, senti que me banhava debaixo destas águas em estado puro, purificava-me e elevava-me na capacidade de me tornar mais optimista.
Sou um Ser Humano e como tal, vivo em constante mutação...
Quero agarrar a vida com um olhar de guerreira
Capaz de derrubar, se preciso for,
Um impiedoso batalhão!

sábado, 15 de setembro de 2007

Pergunte-lhe!



O tempo do tempo

Não perco tempo
Com o tempo ,
Porque o tempo
É um foragido ;
Outrora , morava no esquecimento ,
Agora , já está esquecido !

O tempo foge
Por entre os dedos
Numa fracção de segundo ,
Consigo , leva todos os medos
De um pobre moribundo .

Que tenha paciência
Esse mísero sonhador ,
Ao contar as vezes
Em que o tempo consegue passar
Sem deixar cair ,
Uma só peça das que veio carregar .

Quanto tempo tem o tempo ?
- pergunto ao tempo ,
sem obter resposta .
Ganha-se tempo ,
Perde-se tempo ,
Como se ganha ou perde
Uma aposta ...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Em jeito de personificação,


Como explicar o AMOR

Autor: desconhecido

"Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar.
A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura;
a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);
e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.
A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.
Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:
O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha."



quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A escultura na minha essência...















A arte é o reflexo de todo o meu Ser; nela encontro e perco o sentido de orientação, nunca perdendo a razão da minha existência! Através dela penetro outros mundos; declamo sentimentos profundos ao vento e clamo aos céus o meu grito de descontentamento face às injustiças que vibram em meu redor!





É nesta forma de arte - a escultura- que deixo o meu tacto apurar texturas; os meus olhos misturarem pigmentos e as minhas mãos moldarem sem limites o limite de um qualquer material.










A arte é um passaporte universal





Que me permite ir além fronteiras...





Deusa da imaginação bela e fatal





Apreciada por comunidades inteiras!





quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Um mar de rosas



A vida é um mar de rosas
Contudo , é preciso que se saiba nadar
Por entre os seus espinhos !
E longos são esses caminhos ,
Por onde começo a andar .
São montanhas rochosas ,
Estradas com entranhas sinuosas
Que me fazem querer hesitar ...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Visita inesperada


Em cada passo que dou
Avança o receio e a inquietude
De quem não sabe porque sua vida
Tão de repente mudou?!
Margem de manobra, atitude;
Incertezas de um beco sem saída
Que ao que parece se bloqueou!

Quando tudo girava
Na perfeita perfeição,
Eu, tornada borboleta, voava...
Ninguém me alcançava,
Não me agarrava nenhuma mão!

Até que um dia,
No despertar matinal,
Senti que algo me feria;
Todo o meu corpo doía
Numa escala gradual.

Escala essa crescente
Aumentando o meu sofrer
Sem que eu me pudesse aperceber,
Se estaria doente,
Ou apenas a enfraquecer!?

Implorei à dor
Que se afastasse.
Invoquei um Deus
Que é paz e amor,
Suplicando-lhe que me ajudasse
A dizer um adeus
A tão forte dor.

Mas Deus é um só;
O ouvinte atento
De toda a humanidade,
Esvoaça no céu como pó;
Ergue-se das cinzas
E perpetua-se na eternidade!

Assim o meu Eu
É um grão de areia
No meio do deserto;
O sofrimento é meu,
E dói, é certo;
Contudo, há um mundo
Que reflecte doenças infernais...
Estado de decadência moribundo
Afectando todos os mortais!

Sou só mais um mortal
A carregar a enfermidade
Sobre as suas costas cansadas.
Oro a Deus misericordioso
Para que a dor me ataque com suavidade;
Para que suas mãos abençoadas,
Me toquem com a energia vital
Capaz de suportar o meu karma
De tão grande voracidade!

Sou filha da juventude,
Embora a minha carne
Seja o reflexo da decadência!
A maturidade é uma virtude
Quando não nos extingue a sobrevivência.

Neste agora de hoje,
Sou a portadora da amargura
De uma dor que não foge,
Que, pelo contrário,
No tempo perdura...
Período estacionário, refractário,
Ânsia imediata de uma cura!

sábado, 8 de setembro de 2007

COMING SOON...

Porque a vida continua...

Processo de extracção
De partículas ínfimas
Pertencentes a um todo enorme;
Ergo-me por entre a multidão
E, levanto a minha mão
Num gesto desajeitado e disforme:
Peço o uso da palavra
Para defesa da minha voz
Tão doce quanto brava;
Sem limites, não lhe atam
Cordas enroladas em nós...
Nós mal conseguidos,
Soltando-se com rapidez;
Estandartes de bandeira
Pela arte erguidos
Com sumptuosa avidez
No verde de uma cimeira.
Verde, verde esperança
Que deste cor a meu prado,
Não mais te esqueço,
Resides na lembrança
Do trigo que semeei ao arado,
Separando o joio
Por uns quantos lavrado!
Árduo trabalho diário;
Submissão às leis da vida;
Estilo incógnito e precário;
Aparente rua sem saída...
O rótulo de perdida
Por entre o passado sofrido,
Deteriorou-se por eu ter vivido
Um presente, sobrevivendo
À oscilação da maré,
Acreditando sempre e vendo
Um farol orientador
Na minha humilde fé!
A oração que me pôs de pé
É a mesma que hoje faço;
Agora, com gratidão e amor
A todo e qualquer Ser.
Pois vivi e continuarei a viver
Seja de que forma for!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Até ontem! Até sempre!


Até ontem, eras um nobre senhor

Convertido por excelência em tenor.


Até sempre, serás uma voz ecoando

Na forma de um pássaro cantarolando.


Até ontem, estiveste aqui...

Terreno Terra enterrado em ti!


Até sempre, revolverás essa mesma Terra

Com a nobreza que o manto da voz tua, encerra!


Até ontem, o preço da tua morte

Me fez parar e questionar qual o custo da sorte?!


Até sempre, os teus dias serão lembrados

Por povos comovidos e apaixonados.


Até ontem, a tua vida era presente;

Até sempre, ela será uma eterna sobrevivente!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Simplesmente...

Tu

Chove lá fora
E tu não estás...
No céu, o trovejar
Lembra as horas más
Que custam a passar.

Ao amanhecer
Estendo meu braço,
Procuro-te na cama
Sem te encontrar;
Quero o teu abraço
Porque quem ama
Ora quer receber,
Ora quer dar!

De nada serviu
A minha busca,
A manhã surgiu
E com ela a brusca
Certeza de não estares ali,
Enquanto eu aqui,
Imaginando o rosto que ofusca
A mais bonita manhã que já vi!


Na almofada
O doce aroma do jasmim
Mantém-me acordada
Pensando no que será de mim...


E é neste devanear
Que se perde a minha fronte
Na esperança de te encontrar,
Antes que outra te encontre.

Já é tarde,
Vi o passar de cada hora...
A chama da paixão ainda arde
E não te deixarei ir embora!

Deu-se o entardecer,
Perdi-me na noite
E sem me aperceber
Sentenciei a mim mesma um açoite:

Serei eu a culpada
Pela tua longa ausência?!
Era certo, estava desesperada
Sem saber o motivo da minha existência.

Observei o luar
Que me observava também,
Foi então que o ouvi sussurrar
Ao ouvido de alguém!

E perante o meu olhar
Brilhante e atento,
Eu vi uma estrela cintilar
E adormeci envolta num lamento:
Por que não me vinhas embalar?!

Então novamente,
Eu vi o amanhecer
E acordei contente
Quando tu começavas a aparecer!


Eras tu,
A beleza em forma de mulher,
Bem ali na minha frente
Com uma expressão sorridente,
Semelhante à de um malmequer!