segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Divindade nascida em águas de um rio



Água de rio inconstante
Quanta prosperidade me trazeis,
Cada vez que vos abraço
Alcanço um paraíso distante
De imagens abstractas, contudo, fieis!

Retrato fiel é o teu,
Mãe Oxum, poderosa divindade!
Vós que regeis a prosperidade
E as profundezas deste meu Eu.

Oxum, o poder de revitalizar
Toda a energia de um ser vivo
Está em vossas mãos;
Nessas águas que domais,
Com a bondade de apaziguar
Espadachins interiores que querem apunhalar.

Ajoelho-me junto à água
Do rio que só a ti obedece,
E, chorando, descarrego a mágoa,
Como quem a ti se oferece.

Tu, neste água espelhada,
Agitas a corrente
E banhas-me da cabeça aos pés;
Sinto-me leve; descarregada...
Imensa a vontade de seguir em frente!

Vale ouro esta “moeda”
Que serve de elo de ligação
Entre dois mundos distintos,
Mas, simultaneamente, similares:
Do rio és o bondoso coração;
Da Terra és a carinhosa mão
Que purifica e apazigua todos os lugares.

1 comentário:

Anónimo disse...

O rio, essa imensa corrente de água, poder-te-á levar, numa viagem sem regresso.
no seu leito, reside um pequeno gnomo, teu amigo, que te ajudará quando, ao final da viagem, chagares. ao sabor do rio, correm mágoas e resignações... sinais de mudança. velas que se içam, ventos trafulhas, vigaristas...braços inimigos jamais idealizados. serás mais forte que a corrente, lutarás, intempéride de ti.
revitalizaste. acordaste para de novo recomeçares. rio que te empurra, maré forte de desejos, relatos futuros. deixa para trás indomáveis companheiras, personagens de uma história passada. no presente a ideia, ajoelha-te e agarra o ventre do teu futuro. sonhos possíveis,
filtrados e luzídios. no reflexo do espelho imortal... um devolver de uma imagem positiva, diferente, apaziguada. confiante, um reencontro com o futuro... um adeus ao passado.

eu sempre....:)