domingo, 13 de julho de 2008

Ida ao cinema

O sábado bateu à porta e com ele a vontade de fazer algo que realçasse o fim de semana.
Depois de uma tarde dividida entre séries televisivas e o folhear de alguns livros, chegava a hora do jantar. Cumpri à regra este "rito" (quase habitual para mim), mas a noite mostrava o seu brilho e decidi, devidamente acompanhada, visitar uma constelação algures no mundo da fantasia; da acção; da comédia; do romance (...) enfim, de um emaranhado de formas de expressão...
Fui passeando por entre as vitrines das lojas do Centro Comercial, até que vi as bilheteiras do cinema. Um aglomerado de pessoas, esperava ansiosamente a sua vez para comprar os bilhetes. Enquanto isso, eu discutia com os meus acompanhantes qual o tipo de filme que iriamos ver. Escolha difícil para mim, que há já algum tempo não me sentava defronte para a grande tela! Bom, o importante era aproveitar o momento... Escolhido o filme - Wanted (O Procurado) - entramos na fila para adquirir os bilhetes a preço de ouro! Tempo de espera...
A realidade aparece ao meu horizonte; sim, é um facto que há muito não visitava uma sala de cinema, mas quantos o queriam fazer e não podiam?! Porquê? Pelo simples, mas incompreensível facto de um só bilhete custar 5,20 Euros! Diga-se, encarando a realidade e a actualidade, que esta importância é suficiente para comer um prato do dia. Haverá uma comparação/ relação palpável? Evidentemente! Entre o supérfluo e uma necessidade vital, a 2ª é, sem sombra para dúvidas a primordial.
Entramos na sala que se enchia de gente de uma ponta à outra; momento que me deixou algo surpresa, contudo, era de esperar dado ser a estreia do filme. Era chegada a hora de cumprimentar o Morgan Freeman e a Angelina Jolie. Bom, talvez pretendesse questioná-los sobre o motivo pelo qual é cada vez mais dispendioso marcar um encontro com eles. Em vão o faria. Num enredo de suspense, acção e aventura, nem dariam pela minha presença. (Os sonhos ainda não se pagam... Risos) Mas eu, eu sim, desfrutei de cada um dos seus fantásticos movimentos, como se fosse em tempo real.
A generalidade das pessoas deve estar agora a perguntar-se:
- E o que temos nós com isso?
Ao que eu respondo:
- Com o passar de cada dia, de cada filme, estes encontros imediatos serão cada vez mais esporádicos. As bilheteiras irão cobrar mais e mais... Será esta a melhor política para incrementar a cultura? Será esta uma via para a extinção da pirataria?
Pergunta retórica... Voltas e mais voltas num país de burocracia a mais, e de atitudes a menos! Estaremos sempre no mesmo ponto de partida?!

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