terça-feira, 24 de junho de 2008

Espelho meu!



Jogo de xadrez

Por cada porta que se abre diante de mim,
Duas se fecham e me deixam encurralada!
Sou assim um peão à deriva
Num complexo jogo de xadrez,
Que me torna numa eterna amaldiçoada.
Grão de areia em mão alheia
Gira e volta a girar...
Vã vontade de sossegar!?
Tabuleiro a preto e branco,
Ah, aguda saudade da cor;
Dos verdes prados bravios
Onde corria como animal selvagem
Sem que minhas rédeas pudessem tomar.
Hoje, domada pela constância da derrota,
Sinto medo do meu estrondoso gritar,
Porque um qualquer dia
Numa qualquer hora,
Abrir-se-ão fendas no tabuleiro:
Peça a peça caindo num atoleiro;
Busto de uma vitória atingido
Por uma falsa partida...

Saio de cena
Deste palco da vida.
Parto sem destino nem hora,
Apenas vou embora.

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