domingo, 30 de setembro de 2007

Um poeta...

"O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...

E diz assim: "É preciso saber olhar..."

E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos...

E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás...

E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...

E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso...

E acha que tudo é importante...

E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim...

E reparou que os homens estavam tristes...

E escreveu uns versos que começam desta maneira: "O segredo é amar..."



Sebastião da Gama

sábado, 29 de setembro de 2007

A magia da expressão é real.



COMUNICA COMIGO!
A comunicação deve implicar
Um emissor, uma mensagem e um receptor
De forma a alicerçar
Uma ideia com valor.


Comunicar é o acto
De falar, de gesticular...
Comunicar é de facto,
O ler e o escrever sem parar!

Através dela
Nos conseguimos exprimir,
Tal e qual uma caravela
Com um rumo a seguir!

A comunicação
Pode ter um carácter
Informativo; gestual;
Emotivo ou sentimental.

Para saber comunicar
É necessário apurar
Também a audição,
Mas nem sempre
É preciso ouvir,
Pois temos na mão
A possibilidade de construir
Um gesto com expressão!

Comunicar é assim
Um labirinto linguístico;
Um Universo que nunca terá fim...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A vida, tal como ela é:

"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente."



Muitas vezes, surgem dúvidas pertinentes e persistentes num mar de pensamentos no qual mergulhamos de cabeça, sem sequer ter a oportunidade de escolher a posição e a localização do nosso mergulho... Quando assim é, resta-nos remar contra a maré e, por muito intensa que esta seja, vir à superfície respirar fragmentos de um ar puro envolto por dádivas da Natureza!
A nossa capacidade de absorção limita ou expande o nosso Ser e a nossa percepção da vida... ciclo completo ou incompleto, conforme o queiramos ou não gerir!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fiel ou infiel?!

Retrato


Não sei quem sou ;
Qual a personagem que visto ...
Nem mesmo quem a desenhou ,
Por onde começou ,
Terá sido por um rabisco ?

Hum ... traço bem delineado
Aqui e acolá apagado ,
Porque nem num só Ser
Reside a perfeição .
Rosto assim retratado
Pelo artista empenhado
De lápis e borracha na mão .

Sob o suporte eleito
Deixa escorrer um barril de emoção ,
Compenetrado de ideias mil ,
De uma euforia juvenil
Que qualifica de perfeito ,
O “objecto” da sua criação !

Prepare-se o sombreado
Que acresce sensibilidade
E melhor define a expressão !
Desça-se ao pormenor
Para que o senhor
Que ali pousa admirado ,
Perceba a intenção
Do seu observador !

Olho atento
Sem pestanejar ,
Quer-se um retrato fiel !
Mas , que talento
É capaz de retratar
Os defeitos e virtudes do sujeito
Sobre um simples papel ?!

Chamar-lhe-ia retrato sim , mas infiel !

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Uma verdadeira e sentida...



Maré alta

Uma onda que enrola
Para dentro e para fora ;
Água que rebola ,
Que corre com a areia
E ao seu retiro , a devora
Como um monstro
A uma bela sereia !

Na espuma branca
Do rebuliço ,
Apenas resta
O aroma que encanta ...
Vestígios de uma festa
Com poupa e circunstância .


À distância
A areia molhada ,
Sinal claro
De que a maré alta
Por ali passou ,
E agora , a água salgada
Recolheu-se e espera agitada ,
A hora que dita

Que a maré mudou .

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Ritmo e alegria em... sintonia! BOM FIM DE SEMANA

"A coisa está feia não dá para brincar" (eu sei), mas eu quero FICAR por o BICHO VAI PEGAR! ;-)

Simbora! É pr'a dançar galera!!!

PSIU... E VOCÊ? SIM, VOCÊ AÍ, VAI SE DEIXAR PEGAR? HUM...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Porque a verdadeira perfeição não existe!



Irmãos gémeos

Fruto de uma oração
Feita pelo Deus do Tempo
Deu-se a reprodução ,
Tal como era seu intento .

Seu desejo era o nascimento
De um filho seu ,
Ansioso , esperou o acontecimento
Que muito o surpreendeu .

Deu à luz dois bebés
Gémeos , à primeira vista
Mas tinham diferentes os pés ,
Cada qual pisando uma conquista .

O nome que lhes foi atribuído
Foi Bem e Mal ;
O primeiro parecia mais instruído ,
Mas o segundo tinha uma força brutal !

O Deus do Tempo
Tentou reter no seu ventre
O seu filho Mal ,
Para que o Bem fosse o primeiro
Dotado de um sentimento
Que baptiza-se a humanidade por igual ,

Mas o Mal
Empurrou o irmão
Com uma força tal ,
Que o magoou no coração
E desde então
Nada foi igual ...

O seu destino parece ter sido traçado
Nesse tempo de que não há memória :
Um deles terá que ser derrubado
E só um erguerá a taça da vitória !

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Estado de Espírito?!


Inquietude

Vivo a perseverança
Com uma gentil solicitude
Cuja gentileza é limitada,
Dando espaço livre à inquietude.
Tropeço na distância
Entre as cercanias e o cume
Deste meu crescente queixume!
Árvore sacudindo-se, agitada,
Em época de Outono inicial...
Rebentos de juventude
Assim assimilada,
Serão os filhos deste vendaval
?

domingo, 16 de setembro de 2007

Querido diário:

Já vão longas, as horas passadas deste domingo em que eu e a minha companheira - solidão - nos deitamos no sofá: assistimos um filme mais ou menos engraçado; bebemos das palavras de um livro interessante; dormitamos ao som de uma suave melodia... Apraz-me qualquer uma destas actividades, e é sozinha que concentro toda a minha energia vital, por forma a irradiar uma maior leveza e capacidade de percepção/ interiorização do meu Ser. Hoje, em particular, senti-me invadida por uma nostalgia de que não tenho memória!
De imediato, olhei pela janela e vi uma Natureza num estado semelhante! Fixei o meu olhar um pouco ausente e, de súbito, o céu presenteia-me com uma chuva oblíqua; límpida; transparente; fresca... neste momento, senti que me banhava debaixo destas águas em estado puro, purificava-me e elevava-me na capacidade de me tornar mais optimista.
Sou um Ser Humano e como tal, vivo em constante mutação...
Quero agarrar a vida com um olhar de guerreira
Capaz de derrubar, se preciso for,
Um impiedoso batalhão!

sábado, 15 de setembro de 2007

Pergunte-lhe!



O tempo do tempo

Não perco tempo
Com o tempo ,
Porque o tempo
É um foragido ;
Outrora , morava no esquecimento ,
Agora , já está esquecido !

O tempo foge
Por entre os dedos
Numa fracção de segundo ,
Consigo , leva todos os medos
De um pobre moribundo .

Que tenha paciência
Esse mísero sonhador ,
Ao contar as vezes
Em que o tempo consegue passar
Sem deixar cair ,
Uma só peça das que veio carregar .

Quanto tempo tem o tempo ?
- pergunto ao tempo ,
sem obter resposta .
Ganha-se tempo ,
Perde-se tempo ,
Como se ganha ou perde
Uma aposta ...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Em jeito de personificação,


Como explicar o AMOR

Autor: desconhecido

"Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar.
A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura;
a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);
e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.
A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.
Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:
O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha."



quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A escultura na minha essência...















A arte é o reflexo de todo o meu Ser; nela encontro e perco o sentido de orientação, nunca perdendo a razão da minha existência! Através dela penetro outros mundos; declamo sentimentos profundos ao vento e clamo aos céus o meu grito de descontentamento face às injustiças que vibram em meu redor!





É nesta forma de arte - a escultura- que deixo o meu tacto apurar texturas; os meus olhos misturarem pigmentos e as minhas mãos moldarem sem limites o limite de um qualquer material.










A arte é um passaporte universal





Que me permite ir além fronteiras...





Deusa da imaginação bela e fatal





Apreciada por comunidades inteiras!





quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Um mar de rosas



A vida é um mar de rosas
Contudo , é preciso que se saiba nadar
Por entre os seus espinhos !
E longos são esses caminhos ,
Por onde começo a andar .
São montanhas rochosas ,
Estradas com entranhas sinuosas
Que me fazem querer hesitar ...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Visita inesperada


Em cada passo que dou
Avança o receio e a inquietude
De quem não sabe porque sua vida
Tão de repente mudou?!
Margem de manobra, atitude;
Incertezas de um beco sem saída
Que ao que parece se bloqueou!

Quando tudo girava
Na perfeita perfeição,
Eu, tornada borboleta, voava...
Ninguém me alcançava,
Não me agarrava nenhuma mão!

Até que um dia,
No despertar matinal,
Senti que algo me feria;
Todo o meu corpo doía
Numa escala gradual.

Escala essa crescente
Aumentando o meu sofrer
Sem que eu me pudesse aperceber,
Se estaria doente,
Ou apenas a enfraquecer!?

Implorei à dor
Que se afastasse.
Invoquei um Deus
Que é paz e amor,
Suplicando-lhe que me ajudasse
A dizer um adeus
A tão forte dor.

Mas Deus é um só;
O ouvinte atento
De toda a humanidade,
Esvoaça no céu como pó;
Ergue-se das cinzas
E perpetua-se na eternidade!

Assim o meu Eu
É um grão de areia
No meio do deserto;
O sofrimento é meu,
E dói, é certo;
Contudo, há um mundo
Que reflecte doenças infernais...
Estado de decadência moribundo
Afectando todos os mortais!

Sou só mais um mortal
A carregar a enfermidade
Sobre as suas costas cansadas.
Oro a Deus misericordioso
Para que a dor me ataque com suavidade;
Para que suas mãos abençoadas,
Me toquem com a energia vital
Capaz de suportar o meu karma
De tão grande voracidade!

Sou filha da juventude,
Embora a minha carne
Seja o reflexo da decadência!
A maturidade é uma virtude
Quando não nos extingue a sobrevivência.

Neste agora de hoje,
Sou a portadora da amargura
De uma dor que não foge,
Que, pelo contrário,
No tempo perdura...
Período estacionário, refractário,
Ânsia imediata de uma cura!

sábado, 8 de setembro de 2007

COMING SOON...

Porque a vida continua...

Processo de extracção
De partículas ínfimas
Pertencentes a um todo enorme;
Ergo-me por entre a multidão
E, levanto a minha mão
Num gesto desajeitado e disforme:
Peço o uso da palavra
Para defesa da minha voz
Tão doce quanto brava;
Sem limites, não lhe atam
Cordas enroladas em nós...
Nós mal conseguidos,
Soltando-se com rapidez;
Estandartes de bandeira
Pela arte erguidos
Com sumptuosa avidez
No verde de uma cimeira.
Verde, verde esperança
Que deste cor a meu prado,
Não mais te esqueço,
Resides na lembrança
Do trigo que semeei ao arado,
Separando o joio
Por uns quantos lavrado!
Árduo trabalho diário;
Submissão às leis da vida;
Estilo incógnito e precário;
Aparente rua sem saída...
O rótulo de perdida
Por entre o passado sofrido,
Deteriorou-se por eu ter vivido
Um presente, sobrevivendo
À oscilação da maré,
Acreditando sempre e vendo
Um farol orientador
Na minha humilde fé!
A oração que me pôs de pé
É a mesma que hoje faço;
Agora, com gratidão e amor
A todo e qualquer Ser.
Pois vivi e continuarei a viver
Seja de que forma for!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Até ontem! Até sempre!


Até ontem, eras um nobre senhor

Convertido por excelência em tenor.


Até sempre, serás uma voz ecoando

Na forma de um pássaro cantarolando.


Até ontem, estiveste aqui...

Terreno Terra enterrado em ti!


Até sempre, revolverás essa mesma Terra

Com a nobreza que o manto da voz tua, encerra!


Até ontem, o preço da tua morte

Me fez parar e questionar qual o custo da sorte?!


Até sempre, os teus dias serão lembrados

Por povos comovidos e apaixonados.


Até ontem, a tua vida era presente;

Até sempre, ela será uma eterna sobrevivente!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Simplesmente...

Tu

Chove lá fora
E tu não estás...
No céu, o trovejar
Lembra as horas más
Que custam a passar.

Ao amanhecer
Estendo meu braço,
Procuro-te na cama
Sem te encontrar;
Quero o teu abraço
Porque quem ama
Ora quer receber,
Ora quer dar!

De nada serviu
A minha busca,
A manhã surgiu
E com ela a brusca
Certeza de não estares ali,
Enquanto eu aqui,
Imaginando o rosto que ofusca
A mais bonita manhã que já vi!


Na almofada
O doce aroma do jasmim
Mantém-me acordada
Pensando no que será de mim...


E é neste devanear
Que se perde a minha fronte
Na esperança de te encontrar,
Antes que outra te encontre.

Já é tarde,
Vi o passar de cada hora...
A chama da paixão ainda arde
E não te deixarei ir embora!

Deu-se o entardecer,
Perdi-me na noite
E sem me aperceber
Sentenciei a mim mesma um açoite:

Serei eu a culpada
Pela tua longa ausência?!
Era certo, estava desesperada
Sem saber o motivo da minha existência.

Observei o luar
Que me observava também,
Foi então que o ouvi sussurrar
Ao ouvido de alguém!

E perante o meu olhar
Brilhante e atento,
Eu vi uma estrela cintilar
E adormeci envolta num lamento:
Por que não me vinhas embalar?!

Então novamente,
Eu vi o amanhecer
E acordei contente
Quando tu começavas a aparecer!


Eras tu,
A beleza em forma de mulher,
Bem ali na minha frente
Com uma expressão sorridente,
Semelhante à de um malmequer!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

"Amor no Feminino" na REVISTA BASTIDORES


Caro leitor:


Se ainda não conhece o meu primeiro livro intitulado "Amor no Feminino", adquira a edição deste mês da REVISTA BASTIDORES e conheça-o melhor!

Por agora, deixo-o com uma breve sinopse do mesmo:

Uma miscelânea de vivências; de preconceitos e de estereótipos cuja existência a sociedade teima em sustentar através das mais absurdas explicações, serve de véu ao mais puro sentimento que é capaz de unir todo e qualquer Ser.
Que ao desfolhar este livro o leitor se sinta embebido na doçura e na aspereza das palavras que dito ao vento para que as leve de boca em boca, somente para servir de alicerce à construção de um mundo novo límpido como a água, sem lugar para um vestígio que seja de discriminação!
Amor no feminino ilustra a homossexualidade na sua essência mais nua; é uma obra que traça o retracto de uma jovem mulher homossexual desde a sua adolescência, passando pelas suas primeiras paixões, pelo seu chorar, pelo seu sorrir (...) até ao momento em que assume a sua opção perante a sociedade. Eu, sim sou eu, a mulher que abre o seu coração a todos os leitores e, atenção, não me dirijo somente à comunidade homossexual, mas sim ao mundo...

Assim, beba do mel que brota de cada verso meu e, na subtileza de um Ser racional, deixe fluir dentro de si a chama ardente da paixão; reinvente, se preciso for, um novo conceito para a palavra amor!


SE DESEJAR ADQUIRI-LO PODERÁ FAZÊ-LO JUNTO DE MIM MESMA, ENVIO À COBRANÇA PARA TODO O PAÍS.



FICA AQUI O MEU AGRADECIMENTO À PAULA MARTIN, DIRECÇÃO GERAL E EDIÇÃO DA REVISTA BASTIDORES, POR TER PROTAGONIZADO ESTE MOMENTO ÚNICO E TÃO IMPORTANTE NA MINHA CARREIRA!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tesouro




Como curiosa que sou
Procurei no dicionário
A palavra que a este poema intitulou.
Dispunha de todo um vocabulário
Para diferentes sentidos expressar;
Montes de letras do abecedário,
Simples formas de as conjugar...
Mas, o meu ego aspirava
A definir na realidade,
Aquilo que na verdade,
Um forte marujo navegava
Dia após dia, esperando encontrar.
Nas profundezas do mar
Também eu naveguei
Até a respiração me faltar.
De súbito, um pesado baú desenterrei
Da areia molhada que escavei
Com a mão sempre a escorregar:
No seu interior,
O vácuo, o vazio;
Meu coração batendo forte
Como o de um condor
Tremendo com o frio;
Mas, de outra sorte,
Meu olhar penetrou no infinito
E avistou algo de grande porte
Com uma belíssima grandeza,
Perdido ali na imensidão!
O tesouro tem uma nova definição
Se o resultado dos sentimentos
Que preenchem o nosso coração,
For a soma dos momentos
Em que a caridade sincera
E o puro amor,
Mais que uma quimera,
São para nós um fio condutor!

domingo, 2 de setembro de 2007

Brega & Chique


No decorrer da minha leitura do livro intitulado “Solidão Povoada” de Carlos Castro, fui viajando com ele por terras num dantes avistadas e, até então, desconhecidas para mim. Carlos Castro faz uma descrição pormenorizada das inúmeras viagens que fez à volta do mundo e partilha connosco nomes sonantes daquilo a que habitualmente se chama de jet set nacional.
Tocou-me sobretudo uma página em que escreve algo de extrema importância que passo a citar:
“... espanta-me a tal “hipocrisia de sacristia” que é comum na sociedade portuguesa, quando pais e filhos se batem, matam-se mesmo, por uma moral que se pretende institucionalizada e nós sabemos que não existe, na maior parte das vezes porque há gente que usa e abusa e tira proveito, da vida fácil.
Por isso, fui sempre a voz discordante. Quando cada um diz de sua justiça negando “ser isto ou aquilo” como se isso interessasse alguma vez. Cada um é como cada qual e a ninguém interessa. Desde que não prejudique os outros. Ou que estes que são vida de facto um pouco de tudo, não se engalfinhem nem chateiem a vida dos que não escondem absolutamente nada. Vivem apenas as suas vidas.
É o chamado nojo que sinto sempre pelos predadores homossexuais deste país. Que não saíram nunca do “tal armário”, mas fazem uso e abuso das suas taras e manias, por esse mundo fora, como se neste mundo ainda houvesse segredos absolutos. Já não há segredos!”

Como homossexual assumido que é e, sem papas na língua, grita aos quatro ventos e clama por uma sociedade mais justa que não censure aquilo que ela própria faz, embora o faça “dentro do armário”, às escondidas, portanto.
Para aqueles que vêem o jet set como um exemplo a seguir, chegando a idealizar o mesmo estilo de vida para si, Carlos Castro deixa um recado directo e objectivo; esta parcela idolatrada da sociedade em nada é superior ao povo, em geral. Toda e qualquer pessoa tem bons e maus momentos na vida; chora e ri em determinadas alturas e, ninguém é mais que ninguém; apenas se poderão querer fazer passar por alguém que não são e que gostariam de ser.
O autor frisa claramente que o verdadeiro jet set nacional é muito limitado; são poucos os que lhe pertencem porque, segundo o próprio, pertencer a esse meio é fugir das câmaras; das máquinas fotográficas e não implorar para ser capa de revista/ jornal; é viver no seu mundo, dando o seu contributo na devida altura, pela causa certa.
Gostei imenso da abordagem objectiva e directa de Carlos Castro. Admiro-o!

A minha crítica prende-se somente ao aspecto ortográfico de cada página: há vários erros ortográficos e uma escrita demasiado pausada, que deixa o leitor quase a “soluçar” enquanto lê, devido ao uso excessivo do ponto final, ao invés da vírgula, o que implica, obviamente, uma pausa mais prolongada. Contudo, esta é a minha modesta opinião... A opinião de uma novata por estas andanças!