sábado, 14 de julho de 2007

Por detrás de uma máscara


Desde tenra idade comecei a analisar os comportamentos e atitudes das pessoas que coabitavam comigo o planeta Terra e, por mais intrigante que seja, hoje dou por mim a agir do mesmo modo. Outrora, talvez o fizesse por um motivo distinto: a fase de crescimento e desenvolvimento de uma criança. Hoje, porque as circunstâncias a isso me obrigam!
Os dias que antecederam aquele que estava há muito assinalado como sendo o de maior realização pessoal e profissional para a minha pessoa, revelaram interessantes características da personalidade de pessoas que pensava conhecer ao ínfimo pormenor, mas, o verdadeiro conhecimento é aquele que se renova e está em constante mutação.
Dada a data de lançamento do meu primeiro livro intitulado “Amor no Feminino”, a 06 de Abril de 2007, a minha inquietação e nervosismo encontraram também uma rampa de lançamento nos dias precedentes.
Sempre com um perfil altruísta e agindo em consonância com o mesmo, passava noites acordada naquele que deveria ser o meu leito de descanso e de revitalização energética. Não o era, no entanto, pela intempérie de vibrações que tudo em meu redor emanava. Cada vez que saía à rua e olhava o traço contínuo e descontínuo das estradas repletas de veículos indo em todas as direcções, pedia ao tempo que me levasse a viajar com ele e com o espaço e antecipava o dia D, como muitos conhecidos decidiram baptizá-lo. Todavia, mera comum mortal não tinha a previdência divina e deixei-me guiar pela mão do destino!
O júbilo no meu intrínseco era pertinente! As pessoas, essas, aquelas com quem julgava sempre poder contar, como que por magia abriam uma a uma a sua caixinha de surpresas! Eu estava no meio de uma ponte cercada por um enorme rio e, de cada um dos lados, tinha dois pólos opostos: o positivo e o negativo. O positivo era o reflexo de todos os quantos me apoiavam e continuaram a apoiar incondicionalmente, de certa forma, intensificando a minha força e encorajando-me a gerar no meu ventre este meu rebento, até que chegasse o momento do nascimento do meu primeiro bebé, como me habituei e, ainda hoje, me deleito a chamá-lo. Por outro lado, o negativo, era o reverso da medalha; pessoas que sempre tive como amigas lançavam olhares de soslaio, com reflexos de inveja e de interrogações, como que perguntando:
- Porquê ela? Porque vai lançar um livro? Será que merece chegar a esse porto? E se ela fica famosa?! Irá enriquecer e nós, que sempre a acompanhamos, ficaremos no esquecimento! (...)
Não gosto de julgar o meu próximo. Na actualidade faço como que uma introspecção, um julgamento do indivíduo, contudo, faço-o sempre para mim mesma sem divulgação a terceiros.
Começo quase que inconscientemente a criar um escudo protector à minha volta; nele, coloco todo o optimismo e energia positiva que consigo compactar em fracções de segundos. Imunidade precisa-se!
Espreitando curiosamente por entre a porta entreaberta que continua em fase de remodelação no dia de hoje, observo a distância abismal entre o que são os outros e o que gostaria que fossem... Moldá-los como o oleiro molda o barro?! Não, nem por sombras isso me ocorreu. Acreditá-los diferentes?! Sim. Porque a amizade e o companheirismo para que esta nos remete, induz-nos o dever de apoiar os nossos amigos nos bons e maus momentos. O apoio de que necessitava tive-o quanto bastasse. Por muito que a variedade de máscaras para aquisição seja infinita, o disfarce não assenta bem nos rostos; corpos e mentes mais elucidados.

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